{Resenha} Bile Negra - Alexandre Loch

Caro amigo...
Resenha de "Bile Negra", do autor parceiro do blog, Alexandre Loch.

Dados do livro:

Páginas: 192

Editora: Novo Século

Ano: 2014

Skoob: Bile Negra

Sinopse: A angústia é inerente a todo ser humano. Mas como falar dela? Como mostrá-la? Como explicá-la a alguém? Bile Negra é uma tentativa de trazer à tona, de colocar em palavras esta sensação familiar a todo indivíduo.

Ao contar a história de Iago, um jovem recém-chegado à cidade grande, o livro expõe as questões existenciais de alguém se degladiando com seus próprios vazios. Sob a perspectiva de sessões de terapia, o personagem aos poucos vai expondo suas entranhas repletas de conflitos e emoções em ebulição.

A narrativa conduz o leitor aos cantos mais sombrios da alma, explorando-o através de seus diversos personagens aparecendo na cidade erraticamente ao longo da trama, na medida em que se encontram com o protagonista.

Bile Negra é uma grande sessão de terapia; convida o leitor à reflexão pessoal e partilha as questões existenciais às quais estamos submetidos devido à sociedade na qual vivemos. Iago nos oferece alternativas, algumas erradas outras acertadas, para lidar com esta angústia.

Resenha: 

Bile Negra não é um livro qualquer. Não é um romance. Não é um suspense. Acima de tudo, é uma mensagem ao leitor. 

O personagem desse livro é Iago e ele relata alguns acontecimentos da sua vida e seu dia-a-dia. Mas não assim tão simples. O livro relata os lados mais obscuros da nossa alma. 

(Calma, vou tentar explicar).

É dividido em 3 partes: Tormento, Vazio e Libertação.
Na primeira parte, Iago está fazendo uma terapia psicológica e, com a ajuda do médico, vai descobrindo seu interior e se entendendo.
Na parte II, vemos um pouco do dia-a-dia de Iago, suas angústias, seus pensamentos, tristezas, etc. É a parte principal, onde o leitor entende um pouco os motivos de suas dores e angústias.

"Enfiei a mão no bolso e notei as cartelas de remédio. Deslizando os dedos pelos blisters, notei haverem mais de cinquenta comprimidos. Seria suficiente. Então avistei o hotel á minha frente. Seria tudo indolor. E rápido... Pois não estava mais aguentando..." pg. 170

Na parte III, Libertação, é onde Iago se compreende, se encontra e consegue diminuir a sua dor.

"Uma paz terrificante me invadiu. Finalmente estava liberto." pg. 190

Logo no início, o autor explica o motivo do título. Faz parte de uma teoria disseminada por volta de 4 a.C, por Hipócrates de Cós. A teoria dos quatro humores, onde a saúde do ser humano estava relacionada com o equilíbrio desses quatro humores (sangue, fleugma, bílis amarela e bílis negra).

Por essa teoria apresentada, já percebe-se que não é um livro qualquer. Alexandre Loch é um autor que consegue entrar no mais profundo ponto da alma do leitor.
Através de Iago, mergulhamos em uma intensa terapia, aprendendo a lidar com a angústia e explorando sentimentos desconhecidos de nossa alma.
Tudo isso e muito mais em uma narrativa forte, intensa e reflexiva.
Sem dúvida alguma, todo leitor que passar por esse livro sairá diferente, mudado e renovado.

"Tentou usar drogas como maneira de se inserir de alguma forma naquele grupo de sádicos, se incluir como gente para não ser incluído como excluído." pg. 113

Foi um pouco difícil escrever essa resenha. Pode-se notar pelas poucas palavras. Mas qualquer frase que eu usar pra relatar como foi minha experiência lendo esse livro, será insuficiente.
É um tipo de livro que todos deviam ler.

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Um abraço.

Markus A.