{Resenha} O Despertar do Príncipe - Colleen Houck

Caro amigo,
Como vai?

Olha, eu to numa correria terrível por causa da faculdade. Tanta coisa pra estudar e tanto trabalho pra fazer que eu acabo tendo que reduzir o tempo de dedicação ao blog.

Mas enfim, achei um tempinho pra escrever uma resenhas e hoje eu trouxe a do novo livro da Colleen Houck, que esteve aqui no Brasil durante a Bienal do Rio e fez um tour pelo país.
Se ela veio aqui em BH pra eu pegar autógrafo dela? Não.
Se eu tive algum amigo em outro estado pra pegar autógrafo dela pra mim? Não.
Se eu sofri com isso? Bastante.
Vamos lá.

Dados do livro:

Páginas: 384

Ano: 2015

Editora: Arqueiro

Sinopse: O Despertar do Príncipe - Quando a jovem de dezessete anos, Lilliana Young, entra no Museu Metropolitano de Arte certa manhã, durante as férias de primavera, a última coisa que esperava encontrar é um príncipe egípcio ao vivo com poderes divinos, que teria despertado após mil anos de mumificação. E ela realmente não poderia imaginar ser escolhida para ajudá-lo em uma jornada épica que irá levá-los por todo globo para encontrar seus irmãos e completar uma grande cerimônia que salvará a humanidade. Mas o destino tem tomado conta de Lily, e ela, juntamente com seu príncipe sol, Amon, deverá viajar para o Vale dos Reis, despertar seus irmãos e impedir um mal em forma de um deus chamado Seth, de dominar o mundo.

Resenha: Pra quem já leu a saga A Maldição do Tigre (não é meu caso), certamente se acostumou com a escrita leve da autora. O Despertar do Príncipe é o primeiro livro da nova série da autora, chamada Deuses do Egito.

Obviamente, sabe-se, que se trata da mitologia egípcia. Pela sinopse, percebe-se também que é uma história adolescente.

Pegando um clichê das outras séries mitológicas: Adolescente meio problemático, poucos amigos, se sente diferente dos outros e acaba descobrindo que a mitologia em questão é verdadeira e as histórias ainda acontecem por baixo dos olhos do humanos. Nesse livro tem tudo isso. E que bom, não tem um acampamento, uma escola maluca, ou um instituto para pessoas diferentes que percebem esse outro "mundo paralelo". 

Lily Young é uma adolescente "normal", no sentido de ser completamente humana. E é bem rica também. Além de ter uma vida cheia regras e falsidades para "manter o status".

Ela não teria participado de nenhuma aventura mitológica se, num certo dia, não tivesse entrado na seção egípcia do museu de arte, em busca de um lugar calmo pra colocar os pensamentos em dia e fazer anotações. A seção estava fechada para reforma, mas como ela é rica, conseguiu acesso ao local. Lá, percebe a presença de um cara de aparência jovem, careca, usando só uma saia e com os pés descalços. 

Inicialmente, ela pensou ser um modelo que estava fazendo fotos com a fantasia, depois concluiu que era um louco que estava perdido. Com um humor bem aplicado, dá-se início à história de Lily e Amon, um príncipe de milhares de anos atrás que despertou no mundo atual (O Despertar do Príncipe - tcharaaaaaan) e precisa da energia vital de alguém porque não encontra seus vasos canopos. 

A partir daí, acompanhamos a narrativa de Lily na adaptação de Amon ao novo mundo, repleto de novas tecnologias. Com certeza você já viu algum filme de alienígena ou até mesmo de alguém do passado que está no tempo atual, onde tem toda aquela cena de: "- Ai, meu Deus egípcio, o que é esse negócio de metal que move tão rápido e tem pessoas dentro?

- Um carro!" 

"Que portal mágico é esse onde você consegue comunicar com alguém muito longe? É algum tipo de magia negra?

- Um celular!" 

E muitas outras cenas de humor barato baseado nisso. 

A história é toda cheia de humor e isso é agradável, não dando espaço para momentos chatos. Amon precisa chegar ao Egito, onde está seu túmulo original, para fazer um ritual milenar e garantir a segurança da Terra, protegendo-a do deus vilão, destruidor de vidas, tá mais pra demônio, Seth.

A vida de Lily muda completamente, a partir de, é claro, estar no lugar errado e na hora errada e acabar conhecendo o príncipe galã. Ele a usa como fonte de energia vital, então não podem se separar e acabam indo para a aventura juntos. 

É um livro bem introdutório e, pelo ritmo, acredito que a série terá vários volumes. A ação fica para o segundo livro, já que no primeiro, ela só esteve presente na parte final.

De fato, não é uma história original, mas a habilidade de escrita da Houck deu espaço para um ambiente confortável, divertido e atrativo. A exploração da história egípcia, relacionando-a com o presente e as muitas mudanças da sociedade foi excelente. 

A relação de amizade e apoio entre Lily e Amon é encantadora, deixando no ar grandes e belas mensagens.

"-Hakenew, Lily.
  - Isso quer dizer 'obrigado', não é/
  - Quer dizer mais que um simples obrigado. Expressa um profundo sentimento de gratidão por outra pessoa. É um agradecimento pelo calor e pelo conforto duradouros que se sente na companhia de alguém especial. Não estou agradecendo a você, Lily. Estou agradecendo por você."

Ponto negativo: Padrão de beleza. Sério, uma parte que julguei completamente desnecessária foi a criação do padrão de beleza. Já ouviu alguém dizer "Nossa, esse cara é um deus egípcio"? Acho que não, né? Pois bem, num costume egípcio, os reis, príncipes, etc, raspavam a cabeça. E a autora fez questão de fazer Lily falar da careca de Amon várias vezes. Até que chega num momento em que ele usa um poder pica das galáxias que faz crescer cabelos lisos, macios e sedosos naquela cabeça reluzente. Pra que? Pra ficar mais bonito. Eu, particularmente, achei isso um desrespeito à cultura egípcia. 

Enfim... 

Finalizando, O Despertar do Príncipe é mais um dos ótimos livros de aventura mitológica. Tem todos os ingredientes pra ser mais uma série cheia de fãs, curiosos e amantes. 

Sobre a edição: O que dizer dessa capa linda -diva, derrubadora de forninhos-, brilhante e bem feita? E aquele kit feito pela editora? Combinação incrível para ser tornar um dos favoritos da estante. 

Nota final: 5. Leitura maravilhosa, divertida e muito leve, somado à edição super caprichada!

____________________________________________________

Então, é isso! 

Eu espero que tenham gostado da resenha. Me conta aí o que achou. Já leu algum livro da autora?

Ah, quero deixar um recadinho aqui rapidinho: 

Se você realmente lê as resenhas, textos e outras coisas que posto aqui, sabe que sempre uso ironia, sarcasmo, piadas bestas e me sinto bem a vontade escrevendo aqui do mesmo jeito que converso pessoalmente. Não tem nada de formalidade e nem vai ter.

Fui chamado de arrogante em um post por causa disso e fiquei bem triste. 

Gente, sério, não sou arrogante. Falo besteiras o tempo inteiro e é só ler duas vezes que vai entender o sarcasmo. 

Vamos parar de julgar os amiguinhos sem conhecer direito, né? Fica feio.

Um abraço!

Markus A.